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Foto de Kiro Menezes
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" A tarde, poente do dia, faz lembrar-me saudosa terra, a terra que cultivou-me maiores alegrias que posso contar com tinta fresca.
Dessa terra me trago hoje, grande, forte, moderninha. Toda prosa hoje desfilo, sim... Hoje gostaria de dizer: venci! Cheguei onde queria do jeitinho que sonhei!
Bom, saudosa de minha terra, as aguas me levam pra longe, os rios que lá balouçam, o Teles Pires de minh'alma... É nele que hoje repousam minhas lágrimas de saudosa.
Hoje amo a outras partes, partes pares com minha vida. Cresci e não sou menina. Se serve pra algo maturidade, serve pra se aprender que saudade... Ah! saudade! É tão gostosa quanto chuva morna do verão escaldante.
Se maturidade presta, é de ensinar que na vida da gente, mas de toda gente que vive a vida, chorar é magoa perdida. Então a vida ensina, chora menina, chora! Chorar reanima e avisa: meu peito bate. Meu coração é vivo e eu sou toda saudade.
Ensina vida, ensina... Orgulho presta pra quê? É de comer? Se não é, eu choro, que carinho e vida me enchem de saudade. Vivo à lembrar de minha terra "esquecida" lá, onde não há mar, não há prédios no horizonte... só luar! Há um riozinho ali longe, um delicioso pomar... Dois ou tres cavalos baios, neles já me pus a cavalgar antes mesmo de lá chegar!!! Ohh! Saudosa terrinha! Tuas montanhas são minhas! Teus versos e lábios de bronze, tuas densas matas de verde! Ohh! Mato Grosso de gente, tú que vives em minh'alma, não esquece de mandar a cá, um pedacinho da lama onde rolava criança!
Saudosa de ti, minha casa. Saudosa da vida imperiosa, simplesinha na tapera, numa ramada frondosa com a rede a minha espera!!! Ohh! Saudade. Me deixa agora!
Essa lembrança me devora, sou menina outra vez. Fecho os olhos e conto... Um... Dois... Tres... E sinto a brisa que me aquece, o vento que lá do pasto sopra... Sou menina de vez agora!!! "
Por Kiro Menezes